2 de dezembro de 2007

Estados febris




Vocês sabem que as últimas semanas têm sido lixadas. Hoje, no fim de mais uma caixa de ben-u-ron, dei por mim a questionar esta relação. Se daqui para a frente vos pedir para me chamarem Charlton Eston fica comprovado que há de facto uma relação que merece ser aqui explicada!

22 de outubro de 2007

Ambulette - "If You Go Away"

18 de outubro de 2007

não somos cabeças de vento...

mas há verdadeiros ciclones cá dentro e aí dentro...

andamos todos com a cabeça às voltas e não saimos do mesmo sitio...
andamos todos com os corpos à volta e não saimos do circuito do metro
(Deus me livre, apanhar o autocarro)

o outono chegou, o vento chegou e nós ainda não saimos de cá... de nós...
mas está para chegar...

a grande obra começa!

4 de setembro de 2007

misantropias de mulher-a-dias

Em mudanças, mudanças, mudanças....Só as pessoas não mudam, continuam sempre a desiludir-nos...hehehe.
Às pessoas chatas, aos que dizem "prontos" e "quaisqueres", aos que entram no metro antes dos outros sairem, aos que não seguram as portas, aos que não sabem ler mapas, aos que viram na segunda quando dizemos trinta vezes que é na primeira à direita, aos que mandam dizer, aos que não respondem ao "bom dia": vão-se foder.

Ah gosto bué do meu cão....e do gato...ah e do Samuel...e dos Nossos...e de supremas de chocolate com leite fresquinho...e de ervilhas congeladas

13 de julho de 2007

... ói ó ai?

...não morremos... só nos estamos a mudar...

19 de junho de 2007

A Noite Passada

A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
ri-me de ti "então porque não voas?"
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste

A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos

A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho "olá",
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste"
Sérgio Godinho

gaivota...já abriste a janela e voaste...não olhes para trás

17 de junho de 2007

...Viva o Pop-Rock Japonês...



...só porque é bonito...

9 de junho de 2007

Control



"I've no control anymore..."

7 de junho de 2007

A lei da rotatividade

" O que é que estás aqui a fazer? Não estiveste aqui só há seis anos? Já tiveste a tua oportunidade pá! Não correu bem? Azar, eu sou mesmo assim. Tenta voltar noutro dia pode ser que esteja menos gente, mas não prometo nada...Tenho de dar atenção a todos sua egoísta de merda. Se fazes favor vai lá para o fim da fila e espera novamente pela tua vez! Com alguma sorte, se fores uma boa menina, talvez ainda dê para ser nesta vida..."

Sr. Eleutério (funcionário responsável por encher a gavetinha da felicidade)

6 de junho de 2007

...you brought home for my birthday a venereal disease...

Requisitos para um blog como deve ser, em 5749 faceis lições:

- clemencia (fig.1)
- frangos da guia (fig. 2)
-ovos mexidos
-doenças com nomes pomposos
-um bidé aqui e ali (dá aquele toque pós-moderno)
-vacas loucas
-só vacas
-só loucas
-miudos de frango
-omelletes
-dicionários de lingua portuguesa
-gatos escaldados (fig. 3)
-escaldões
-anarquia
-c*na fria
-sangria
-divã
-ter um grande membro
-quem tem prostata tem medo (fig.4)
-pimenta
-perninhas de rã




-sal

Fig. 1


Fig.2
Fig.3
Fig.4


Creutzfeldt-Jakob!! Santinho...

4 de junho de 2007

A propósito das nossas conversas sobre bidés

"Naqueles tempos, eu magicava muito sobre a aridez das relações entre os sexos, a distância que parecia existir mesmo entre muitos casais. Pensei que tinha qualquer coisa a ver com o facto de as casas de banho não terem bidés."

Stephen Vizincsey, In Praise of Older Woman

2 de junho de 2007

Carne do meu coração

coração pisado, coração partido, coração parido

-Coração de Gui, Gui

"Sermão a uma Assembleia de Onanistas Anónimos"

"1.
O Espírito Santo reside
nos preciosos fluidos
dos nossos órgãos genitais.
Inspira-nos a vencer o pecado
mortal da preguiça
a apressar os nossos passos
e a retesar os nossos membros
- os fluidos enchem-nos de curiosidade
de coragem para estender os braços
de audácia para saltarmos para o desconhecido.
Como se ergue o pénis do homem
assim nos erguemos nós
acima da nossa indiferença
para com os estranhos.
Aprendemos a ser tolerantes
a preocupar-nos, a amar
às vezes até a compreender
na expectativa o prazer:
as mulheres abrem-se e os homens
inundam
coxas e pernas ungidas de suor
e seja qual for a posição que tenhamos
é com os vivos que aprendemos o jeito de viver.

2.
À guisa de fantasia imaginemos duas mulheres
uma, um pouco lésbica, que debica
nas profundezas do fosso da outra
cuja voz se ergue ou murmura
e as nádegas da primeira, emudecida, balançam
quando recua para respirar
e mergulhar de novo
- e só a penetram quando ela explode.
Ou imaginem a mais deslumbrante orgia
talhada à medida do vosso gosto mais singular.
Por muito rico que seja
aquilo que se imagina na solidão
trai uma imaginação medíocre
sobre o que é a felicidade de um abraço
ou de um beijo.

Quando se é ao mesmo tempo aquele que dá
e o que sente o prazer
fica-se sem forças nas pernas
para correr atrás de companhia.
As ondas do prazer solitário
transportam-nos para ilhas desertas.

3.
Dizem que os fortes não precisam de ninguém
nem mesmo para o prazer
conhecem o modo mais rápido, mais seguro
e mais absolutamente certo de ganhar.
Os violadores jogam com os seus ferrões;
se as suas amantes são imaginárias
que importa que as vítimas sejam reais?
Eu digo que os fortes são pacientes
esperam, suplicam,
preferem arrostar com a rejeição
o mau humor, as discussões
e as mágoas do amor
a voarem sozinhos,
apostam na companhia
e chegam a confiar as suas partes mais sensíveis
aos cuidados de um amigo."

Stephen Vizinczey, In Praise of Older Women

24 de maio de 2007

...ninguém disse que era fácil...













...mas também ninguém avisou que ia ser assim tão dificil...

eu só queria sair da caixa do correio
merda!

22 de maio de 2007

"Ressaca Para Uma Autobiografia"

"Permaneço deitado, ignoro o dia, não me mexo, recuso-me a pensar. Durmo como se nunca mais acordasse, e ao acordar já é novamente noite. Como abundantemente, fumo muitos cigarros e bebo pelo menos meio litro de café.
Mas, apesar de tudo, e com a prática de muitas ressacas, nem sempre consigo evitar a dor provocada por essa outra ressaca: a ressaca mental.
Sempre bebi em quantidade, violentamente, para perder a noção de mundo, e do mundo. Nunca bebi por paixão, nem por desgosto de amor, não, nunca bebi dramaticamente. E no dia seguinte a ter bebido muito, é como se os sentidos e a memória tivessem sido passados a esfregona e lixívia.
E dos sentidos surgem então sensações estranhas. Por exemplo, um órgão qualquer desata a arder, ou perco a visão - cego por instantes e sou obrigado a tactear-me para me certificar de que existo.
Nada disto é agradável ou desagradável, é um outro estado de singular lucidez que pode prolongar-se horas a fio, entre uma espécie de escuridão primordial e a fulguração dum tempo ainda por vir, ou já eterno.
Fico assim, perdido no fundo de mim mesmo, sem nome, sem olhar para o que me rodeia, sem corpo que me transporte, sem pensamentos.
Quanto à memória, é terrível. Umas vezes vai buscar imagens distantes de acontecimentos que, em geral, ainda virão a suceder. Outras, pura e simplesmente não há memória de nada. Um pouco como se eu começasse a ser a cada fracção de segundo, e levo um tempo infinito, desumano, para erguer de novo, peça a peça, o que sou.
A embriaguez é um momento de vida incendiada, ou suspensa, e a ressaca um tempo de lenta e demorada reconciliação com o mundo, e comigo mesmo.
Mas, um dia, tenho a certeza, não terei forças para me reconciliar com o mundo, nem vontade de regressar de onde estiver.
Continuarei a beber ininterruptamente e não haverá mais ressaca, nem dor.

Seduz-me a ideia de vir a morar num corpo que já não sente, etílico talvez, transparente, e com uma leveza de cinzas."

Al Berto, O Anjo Mudo

A vida, o amor, o sexo...Shortbus (sim, outra vez)

21 de maio de 2007

"Elogio de amor"

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Obrigada Ricardo...

15 de maio de 2007

..lai lai lai...


f#%a££...

porque se há mal do qual não padecemos, é da falta de classe...

ca$a§*o...

14 de maio de 2007

...gostar, gostar... o que eu gostava mesmo era de ter uma vaca só para lhe chamar Cornélia!!

11 de maio de 2007

...das conferências sobre produção artistica contemporânea...

Parece que o senhor do Harry Potter fez uma peça de teatro em Inglaterra em que aparecia integralmente despido agarrado a um cavalo... a peça chama-se Equus, portanto há desculpa para a parte do cavalo...

Tal peça foi referida nas ditas conferencias sobre... bla bla bla...
durante as quais foi arremessada (qual vaca do Holly Graal), para a plateia, a seguinte frase:

"A pila do Harry Potter somos nós!"

Ora, eu não quero ser a pila de ninguém (a não ser a minha), quanto mais a do Harry Potter, que não só é feia (acabei por descobrir contrariado!), como pequena e imbérbe (não sei se é assim que isto se escreve)!!

Não deixem que decidam que pila devem ser! escolham a vossa, mas nunca de animo leve!!

Até à próstata!

7 de maio de 2007

E ele disse: "Sou a dona do blog!"


Mentira, mentira! Este é um espaço livre, mas sou eu quem tem a parafernália...hehehe.
Façam alguma coisa! Revoltem-se e ajudem-me a largar esta merda...sozinha não consigo...

Ah merda, merda...


Somos nós e é tão grave...mas a vida é feita de pequenos nadas e isto é...quase bucólico

6 de maio de 2007

A complexidade da simplicidade...

Queria oferecer algo simples e belo à minha mãe...escolhi, escolhi e acabei por comprar o ramo de margaridas mais ranhoso que alguma vez vi. Azar dos azares: só me apercebi disso em casa. Na altura pareceu-me bastante bem, mas quando acabamos de sair do incógnito e subir a calçada do(s) (es)combro(s) tudo nos parece bem...
Cheia de peso na consciência aqui fica o melhor que consigo a esta hora, o copy paste. Dedico este copy paste ao lugar comum, à minha mãe e a outras mães como a Sô Dona Manela, Sô Dona mãe da Flipinha, Sô Dona Francelina e Sô Dona Zabeta:

"POEMA À MÃE"

"No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves."

Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro

P.S. A alguns filhos destas mães: é favor levar isto muito a sério e nada de fazer pouco da minha pessoa pois tenho em minha posse provas bastante comprometedoras da noite passada.

5 de maio de 2007

...shortbus...





"...if you could have a special super power, what would it be?"

"the power to make you interesting!"

4 de maio de 2007

...das vozes irritantes...



...e pensei e pensei... "se eu fosse eunuco também cantava a assim..."

(atentai especialmente na letra... haja indoles paneleiras subrepticias!!)

3 de maio de 2007

E foi assim ontem na aula magna...


Joanna Newsom - Inflammatory Writ

Sim é ela, sim não se vê muito bem, sim às tantas alguém diz "biatch", sim está tremido...as pessoas do lado eram muito "irrequietas". Não gostam? Tivessem ido...hehehe

28 de abril de 2007

...

«Pourquoi il faut toujours parler?»

26 de abril de 2007

...da roupa de cama...

...apaixonei-me por um edredon às riscas...

nunca foi meu, nem nunca há de ser, mas quero-o de volta...

...apaixonei-me por um edredon às riscas...

24 de abril de 2007

Das Estações

Hoje lembrei-me que às vezes odeio dias de Outono...

Da minha janela e outras previsões

Da minha janela não vejo o horizonte. Da minha janela vejo o vermelho quadriculado do prédio vizinho e um bocadinho de céu, cinzento. Tenho de me inclinar para ver e ponho o céu cinzento numa posição desconfortável. Há dias caí da janela. Durante a queda vi que tem partes azuis, sim, o céu tem dias azuis! Seria bom se o vermelho quadriculado do prédio vizinho não existisse e, já agora, o vizinho também porque sempre que sai à rua começa a chover como se não houvesse amanhã. É uma daquelas pessoas que influencia o estado do tempo de tal forma que o Instituto Português de Meteorologia e Geofísica tem um acordo com ele para que não lhes foda as previsões. Hoje não vou ver o bocadinho de céu, o possível da minha janela. Não me apetece esticar, dói-me o pescoço ou outras desculpinhas...

18 de abril de 2007

...dos penteados ridiculos...

benfadados os sportinguistas...











...o paulo bento cortou o cabelo!!!

15 de abril de 2007

O sol entre as nuvens...

Vagueava pela rua sem prestar atenção ao que se passava em redor. Escutava apenas o silêncio... talvez o seu silêncio que mágica e involuntariamente conseguia espalhar pela realidade que o atormentava. Mas um pormenor despertou a sua atenção: nesse dia o céu não estava tão escuro como de costume, as nuvens tinham uma tonalidade mais clara e existia uma distância significativa entre elas. Subitamente, raios fortes e quentes de sol furaram as nuvens e incidiram na sua figura congelada pelo tempo.

Sentiu um calor estranho que o seu corpo não reconhecia mas que passava pelas inúmeras camisolas de lã que o cobriam. Sentiu uma luz demasiado forte nos olhos que se tentavam defender a todo o custo. Os seus movimentos pararam e o sol insistia em permanecer. Sentia-se a perder o controlo das sensações mais primárias que durante tanto tempo reprimira mas ao mesmo tempo, por mais receio que tivesse, o derreter do gelo sabia bem. E ali ficou durante horas e horas e horas e horas... até que o sol desaparecesse e tudo voltou ao normal, ao eternamente igual.

Apesar de recear a luz e o calor, soube-lhe bem. Pode ser que o sol regresse amanhã e depois e depois e depois. Pode ser...

10 de abril de 2007

...andróginia...

O mito hindu do andrógino diz que nso primórdios da humanidade existia um ser humano completo, ao mesmo tempo masculino e feminino, que vivia feliz e satisfeito.
Um deus em cólera separou este ser em duas metades que foram depois atiradas ao acaso no mundo.





A partir daí estes dois seres erram e procuram-se, infelizes e incompletos até se encontrarem.



p.s.: acho que começo a gostar de números pares Juju... mas cada vez os percebo menos *

4 de abril de 2007

Chamadita de atenção

É só para avisar os colaboradores que "O Adeus" não era para obrigar à morte deste blog...
Será que estão todos com os egos assim tão aconchegadinhos?

16 de março de 2007

O Adeus

"Que sentimento é esse que temos quando vamos de carro e nos afastamos das pessoas e elas vão diminuindo de tamanho na planície até vermos as suas manchas dispersar? É o mundo demasiado grande a pesar-nos, é o adeus."

Jack Kerouac, On The Road

12 de março de 2007

Efémero

Limpei cuidadosamente o pó acumulado nos últimos meses ou anos. Aspirei o chão até os tacos de madeira se desprenderem, dei-lhes a simetria que mais me convinha. Obriguei os cd’s à ordem alfabética, tal como os livros, aos quais ainda arranquei páginas e dei as mesmas dimensões após confronto com uma faca. Na pausa, abri um pacote de m&m’s e separei-os por cores: os vermelhos, os amarelos, os verdes….olhei para eles, não comi. Voltei para o armário da roupa e para as gavetas, o quarto meticulosamente arrumado, organizado por cores, os vincos exactamente nos mesmos locais, peça a peça.
Pensei fazer um bolo. Separei as gemas das claras, mas ultimamente nunca consigo misturar os outros ingredientes, olho simplesmente para cada um deles nos seus recipientes. Acabo sempre com as gemas e as claras…gosto de separar os ovos, mas depois não faço nada deles, acabam como o resto e acabam comigo. Já nem os como mexidos, não suporto a ideia de não perceber onde está cada parte, no máximo estrelados. Tudo onde deve estar.
Agora, empoeiram-se toques, palavras e beijos que me dizes ao ouvido, acumulam-se no quarto. O aspirador cospe o que lhe apetece, os m&m’s baralhados, o armário e as gavetas voltam ao de sempre, cd’s e livros empilham-se em cima da roupa suja e limpa, já consigo fazer bolos e mexer ovos e não sei se isso é bom ou mau…

10 de março de 2007

...1ª parte vs. 2ª parte...

...sei que já debatemos sumariamente a temática, pelo menos eu e o aparelhito metalico que usa para tirar as miudezas às pessoas...

...mas continua a transcender-me... por que raio é que a "Anatomia de Grey" tem 1ª parte da 2ª série e 2ª parte da 2ª série?... porque é que não é só uma parte??

transcende-me!

2 de março de 2007

Um dia...

Um dia... Sim, um dia. Pouco importa quando, mas um dia. E quando esse dia chegar, vamos conseguir queimar os fios que de repente teimaram em enrolar-se em nós próprios. Vai ser nesse dia. Mas que dia é esse? Pouco importa. Pensa apenas que vai chegar um dia diferente daqueles que marcam o calendário da vida. Mesmo que penses que tal dia nunca vai chegar, vive apenas com a ilusão de que esse dia chegará. É a única forma de suportar o desconforto de mais um dia eterno ou o dia de mais um desconforto eterno, não sei. O que sei é que a única forma de não desistir é pensar nesse dia, talvez.

Mas qual dia? Pouco me importa, já disse. Deixa-me pensar nesse dia inexistente. Deixa-me ao menos viver com essa ilusão...

...a matemática do ómóssexo...

...há umas semanas, andava eu pelos meandros do bairro com uma colega de trabalho, o meu amigo Fá e o seu mais-ou-menos/futuro ex/agora-mais-do-antes/agora-ex namorado, quando se resolve acentar arraiais NO spot... "Clube da Esquina" de um lado, "41" do outro...

no meio do reboliço... (e para quem não sabe, esta é a definição de ajuntamento de bichesa)... eis que surge do meio da malta um conhecido - Tiago, Pedro, whatever... - não meio bebado, mas completamente; e que no meio de muita descoordenação de raciocínio acaba por dizer cinco palavras que causaram espanto... "não gosto de sessenta e noves!"

...como pessoas que presam o contacto físico, seja ele de que natureza desde que com qualidade e com a pessoa certa, ficámos espantados com tal afirmação vinda de alguém que sabemos ter o seu grau de promiscuidade acima da média...

explicação: aparentemente o jovem em questão sempre tinha "privado" machos de menores dimensões corpóreas... e subitamente fez-se luz... e cito "que piada é que tem ter alguém a lamber-nos o umbigo??"

vão para casa e pensem nisso!

Movimentos

Robert Frank, "US 285 New Mexico", 1955

Sempre estive parada e nunca me encontrei. Andei por sítios, não me mexi, não transumei. Agora também não sei onde ando, embora me sinta mais perto. Fiquei parada muitooooo tempooooo, mas achava que era feliz, fui feliz, a sério que sim, até deixar de o ser, até tudo parecer estático, ficar estático, morrer.
Sempre me apeteceu matar a tradição, a tradição é uma coisa que me enoja, é a pessoa de uma velha beata. O certo seria colocá-la dentro da ironia de um microondas e esperar que toda a agitação transformasse a velha beata numa grande puta (no fundo todos sabemos que as beatas são umas grandes fornicadoras de padres).
Matei um dado adquirido e sinto-me bem por isso. Para quê dar nomes às coisas? Elas são, simplesmente. Insistimos em dar-lhes nomes e deixamos que percam o sentido, ficamos demasiado tempo a perguntar-nos o que são e o que significam. Enquanto isso não vivemos, perdemos a intuição do tempo, deixamos que fujam. Nunca vou encontrar o que procuro, mas ao menos posso ir passando por mim numa e noutra estrada, lembrar-me de quem fui e felicitar-me pelas novas rugas. Essencial é não parar.

P.S. Não se preocupem, eventualmente voltarei ao normal.

26 de fevereiro de 2007

A pronúncia do Norte

Poucas coisas sabem melhor do que dizer mal dos Pearl Jam ou insultar o seu vocalista. Uma dessas poucas coisas é viajar, pedir um fino em vez de uma imperial ou jogar Trivial durante uma noite inteira em casa de desconhecidos que nos tratam como amigos de longa data. E nada sabe melhor do que voltar a casa depois de noites dormidas em colchões demasiado próximos do chão e de muitas horas passadas atrás do volante.
Para o Gui não ficar triste: os computadores dos cegos não têm um monitor em Braille mas falam uma linguagem que eles percebem. A tecnologia é tão bonita não é? Será que os computadores dos cegos têm pronúncia do Norte? Será que os cegos pedem francesinhas? Esta deveria ser uma questão de debate neste Blog. Os transumantes do Norte também têm direitos pelos quais nós nos devemos bater. Também nos devemos bater pelo fim dos Pearl Jam e por isso proponho que essa banda seja posta no Index da Igreja Católica.

23 de fevereiro de 2007

...os pipis-cogumelo...

à conta de uma conversa sobre fotografia, manipulaçao de imagem e pipis que aparecem sem serem convidados... (os que brotam, daí os cogumelos!!!) surgiu-me uma duvida...

"só um cego é que não percebe!" - ora sendo que se falavam de fotografias em computadores a minha pergunata é esta: existe ecras em braile??? (ou la como é que isso se escreve!!)

parece ser de uma profunda injustiça para os amigos ceguinhos (entre os qais eu me incluo todos os dias de manha qd me levanto antes de axar os oculos!) que nao existam!! é que eu ainda posso quase entrar pelo ecra dentro que ainda vou vendo alguma coisa... mas e os ceguinhos??

e já agora... será que também existem ecrãs em que o lado esquerdo estáno lado direito e vice versa?? para estrabicos?? é que a mim quem arranca coraçoes nao me deixa gozar com pessoas estrábicas, mas isto é nitidamente gozar com eles!! vê lá se a eles os proíbes??

e agora vou dormir que já estou com os olhos em bico!

18 de fevereiro de 2007

Indies & Cowboys

Depois de uma viagem do Barreiro para Lisboa a ouvir Guns'n'Roses no carro (só pior que as duas noites perdidas a tocar para ninguém), é reconfortante ver que os meus camaradas da blogoesfera [sempre sonhei usar esta palavra...] perderam tanto tempo a falar na minha pessoa.
De facto a minha maneira de bater palmas com duas mãos assemelha-se em tudo à maneira de bater palmas do Eddie Vedder. Só não se percebe porque é que Deus foi tão simpático para como o Eddie Vedder para lhe dar duas mãos quando existe tanta boa gente com apenas uma.
Quanto à minha t-shirt, não consta que o Eddie Vedder tivesse alguma coisa a ver com os Nirvana. Isso é o mesmo que achar que o Anthony poderia algum dia vir a gostar de mulheres. Odiar Pearl Jam não implica não gostar de Nirvana. Os Nirvana eram bons, os Pearl Jam são uma merda. Os Nirvana escrevem "Rape me" e os Pearl Jam soletram "Oh I'm still alive". E o facto de eles estarem vivos é mesmo o problema.
Mas quero agradecer ao tipo deste blog que arranca os corações, as simpáticas palavras acerca do concerto do MusicBox.

17 de fevereiro de 2007

Peaceful Kids =)










Em vez da guerra Indie/ Grunge, prefiro dedicar-me a pensamentos mais pacíficos. Pois bem, como transumantes exímios que somos, temos de ter um veículo adequado à nossa "arte". Nada melhor do que a famosa "carrinha pão de forma" para andarmos por aí a transumar como faziam os hippies... E assim já tínhamos como chegar à terra dos Ndembu para ver a famosa árvore Mukula. (Não hei-de morrer sem ver tão preciosa relíquia!)

Que tal?

Grunge Kids (resposta a Indie Kids)

Há pessoas que se tomam como pertencentes à cena Indie, seja lá isso o que for. Insistem em criticar pessoas como o Eddie Vedder, coisa que eu não percebo, mas tento com muito esforço respeitar. Muitas dessas pessoas, tal como o Luís, têm um Eddie Vedder reprimido dentro de si.
São bastante óbvias as parecenças de Luís com Vedder, embora isso lhe cause grande sofrimento. Vive numa luta constante contra o seu verdadeiro "eu", daí ter desenvolvido a personalidade bipolar que todos nós conhecemos. Apesar de insistir em vestir horríveis casacos de dupla face dos anos 80, usar nas suas músicas instrumentos como o banjo e outras merdas que ninguém sabe o que são,as provas de que o grunge kid dentro dele quer desagrilhoar-se são de um valor jurídico indiscutível. Passarei a enumerá-las:

Prova nº1: O cabelo e a barba são claramente uma influência vedderiana;
Prova nº2: As palminhas a acompanhar a bateria (no fim de Perfect Dress, no Music Box)são bebidas a Vedder (a própria performance -braços meio encolhidos e mãos próximas do rosto -fala por si);
Provas nº4 e 5: A camisa aos quadrados grandes é a imagem do som de Seattle, tal como o gorro que pediu emprestado para estar em palco no último dia 15.
Prova nº 6: A t-shirt que diz "Come As You Are" , numa alusão ao hino grunge de Cobain, mas mais do que isso, um grito mudo de quem clama pela libertação de um ego reprimido.

Eu gosto do Vedder, mas há coisas que eu não faria por me parecerem exageradas, não sei.

16 de fevereiro de 2007

Aos que esperam pelas 06:30

Transumámos ontem, dia 15, até ao Music Box e foi very niiiiiice:Goodbye Toulouse, Noiserv e Jesus,the Misunderstood.
O resto foi a desgraça que se viu com os Photonz a lixarem mais uma noite no Incógnito e nós sem a nossa gaivota.Dos gajosqueapanhamtaxisparairparacasa/fracos não reza a história.
Assim,para o meu querido Aeternium,companheiro de bezerrice e risadas já meio remelentas do sono, aqui fica Perfect Dress (Jesus,the Misunderstood aka banda pseudo-indie manhosa).

Não foi no Music Box, mas para já é o que temos e é bem bom.Dizem que foi assim bonito na Sociedade Guilherme Cossoul a 11.11.06:


Obrigada aos meninos e em especial à nossa MukuLulu por músicas assim.

14 de fevereiro de 2007

A arte da transumância...

Como o PB disse numa aula: "A antropologia é uma perda de tempo". Fiquei um bocado desmoralizada mas depois de pensar um bocado fez-se luz! É que se calhar essa perda de tempo é necessária para entrarmos nos recantos obscuros e labirínticos de um prado pouco verdejante. É nesse prado que se desenrola a segunda fase do nosso "rito de passagem": o ritual de transumância. E o que é isto? Não sei muito bem porque o facto de estar lá metida ainda não me permite ver grande coisa.

Talvez as antropologices façam parte deste ritual onde se passa tudo e ao mesmo tempo nada. É que provavelmente a melhor forma de definir a antropologia é esta: a arte da transumância...

Como me apetece ser neo-reducionista, não vou explicar mas aqui ficam estas palavras: um pant-hoot =)

Indie Kids

Mas alguém me pode explicar o que raio é um transumante? Por amor de Deus. Viva as bandas de pseudo-indie manhosas, porque por mais manhosas que essas bandas sejam, serão sempre melhores que os Pearl Jam.

Antropologices

Este não é um blog de antropologia, mas sim de antropologices. Ainda assim, aqueles mais dedicados ao estudo do homem numa perspectiva cultural/biológica (vocês sabem quem são) são livres de largar neste espaço as vossas ideias sobre performance e outras macaquices. Ficaremos todos muito contentes de saber por que prados andam a pastar.
Aos menos interessados/crentes na antropologia enquanto ciência (nós sabemos quem somos), resta-nos tentar perceber as especificidades da árvore mukula - citando theydontsleepanymore "essa mukula é boa" - e ficarmos contentes por saber que existem tribos chupadoras de pénis. Isto tudo para dizer que este é um espaço livre, para falar de tudo e de nada. Alguns, ousarão mesmo publicitar bandas pseudo-indie manhosas, mas tudo bem, a tolerância será a nossa trave mestra.
Pessoalmente, assumo o meu compromisso com a parcialidade, o neo-reducionismo e o uso de vírgulas em lugares menos apropriados.
Já agora aproveito para destruir a ideia romântica que têm de árvore da mukula (pois é, já sei meter aqui fotos). Agora vejam o que o Pereira Bastos nos ensina:


isto é (Jamssin) Mukula









isto é Mukula


isto é (Captain Michael) Mukula