24 de maio de 2007
...mas também ninguém avisou que ia ser assim tão dificil...
eu só queria sair da caixa do correio
merda!
22 de maio de 2007
"Ressaca Para Uma Autobiografia"
21 de maio de 2007
"Elogio de amor"
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso in Expresso
15 de maio de 2007
14 de maio de 2007
11 de maio de 2007
...das conferências sobre produção artistica contemporânea...
Tal peça foi referida nas ditas conferencias sobre... bla bla bla...
durante as quais foi arremessada (qual vaca do Holly Graal), para a plateia, a seguinte frase:
"A pila do Harry Potter somos nós!"
Ora, eu não quero ser a pila de ninguém (a não ser a minha), quanto mais a do Harry Potter, que não só é feia (acabei por descobrir contrariado!), como pequena e imbérbe (não sei se é assim que isto se escreve)!!
Não deixem que decidam que pila devem ser! escolham a vossa, mas nunca de animo leve!!
Até à próstata!
7 de maio de 2007
E ele disse: "Sou a dona do blog!"
Mentira, mentira! Este é um espaço livre, mas sou eu quem tem a parafernália...hehehe.
Façam alguma coisa! Revoltem-se e ajudem-me a largar esta merda...sozinha não consigo...
Ah merda, merda...
Somos nós e é tão grave...mas a vida é feita de pequenos nadas e isto é...quase bucólico
6 de maio de 2007
A complexidade da simplicidade...
Cheia de peso na consciência aqui fica o melhor que consigo a esta hora, o copy paste. Dedico este copy paste ao lugar comum, à minha mãe e a outras mães como a Sô Dona Manela, Sô Dona mãe da Flipinha, Sô Dona Francelina e Sô Dona Zabeta:
"POEMA À MÃE"
"No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.
Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.
Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;
Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;
Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...
Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves."
Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro
P.S. A alguns filhos destas mães: é favor levar isto muito a sério e nada de fazer pouco da minha pessoa pois tenho em minha posse provas bastante comprometedoras da noite passada.
5 de maio de 2007
...shortbus...
"...if you could have a special super power, what would it be?"
"the power to make you interesting!"
4 de maio de 2007
...das vozes irritantes...
...e pensei e pensei... "se eu fosse eunuco também cantava a assim..."
(atentai especialmente na letra... haja indoles paneleiras subrepticias!!)
3 de maio de 2007
E foi assim ontem na aula magna...
Joanna Newsom - Inflammatory Writ
Sim é ela, sim não se vê muito bem, sim às tantas alguém diz "biatch", sim está tremido...as pessoas do lado eram muito "irrequietas". Não gostam? Tivessem ido...hehehe